quarta-feira, 24 de setembro de 2008

PAÍS REAL







Tenho dentro de mim, o gene do homem caçador, como muitos milhares de Portugueses. Tenho dentro de mim, a vontade de preservar esse gene, durante toda a minha vida, como sucede com os outros caçadores.
Sempre me senti no direito de pensar que isso só dependia de mim e das minhas capacidades físicas (como todos os outros pensavam), mas….de repente, comecei a vislumbrar no horizonte alguns “pontos de interrogação”, que ameaçam transformarem-se em algo mais do que simples sinais “ortográficos”, que se vão dissipando no ar.
Tenho vindo a constatar que as sucessivas alterações que têm vindo a acontecer no panorama cinegético e venatório dos Portugueses, que nasceram com o “ADN” do “Homo Neandertal” a correr nas veias, nada tem a ver com o ordenamento correcto e justo de uma actividade que enche de milhões de euros os cofres do Estado, ou com alguma estratégia que vise beneficiar as espécies animais “protagonistas” desta “Arte” milenar, que no passado chegou a ser exclusiva da Nobreza / Realeza. Distraía e enchia de prazer esta classe, de forma assídua, considerando-a o melhor treino para a arte de cavalgar e guerrear.
Tenho constatado que a “simples” crise de ouço falar “na comunicação social”, não é nada mais do que uma crise bem mais complexa do que alguns querem fazer crer, que penaliza a Classe Social baixa/média e nada penalizante para aqueles que a provocam, com a “insinuação” de que todos temos de fazer sacrifícios.
Com toda a minha ignorância, após o 25 de Abril de 1974, onde no dia seguinte, ouvi pela 1ª. vez a palavra “democracia”, assimilei (não sei porquê) que esse conjunto de letras eram “sinónimo” de “igualdade, liberdade e justiça social. Tenho agora a certeza de que estava “redondamente” enganado, e que a palavra “democracia” tem significados ambíguos e adulteráveis, pelos que, pensando serem os seus “proprietários” queiram atribuir-lhe, proporcionalmente às tendências da defesa dos seus interesses.
Refere o nº. 1 do Art. 13º. da Constituição da República Portuguesa, “que todos os cidadãos têm a mesma dignidade social e são iguais perante a lei”.
O nº. 2 do Art. 5º. do D. L. nº. 5 /2006, de 23/02, diz que são autorizados a aquisição, a detenção, o uso e porte de arma da classe B, ao Presidente da República, ao Presidente da Assembleia da República, aos deputados, aos membros do Governo, aos representantes da República, aos deputados regionais, aos membros dos Governos Regionais, aos membros do Conselho de Estado, aos governadores civis, aos magistrados judiciais, aos magistrados do ministério Público e ao Provedor da Justiça. O nº. 1 do Art. 19º. esclarece que solicitadas pelo P.R., pelo P.A.R. e pelos Ministros, podem ser concedidas licenças especiais para uso e porte de arma das classes B e B1, a funcionários do seu serviço, mas ignora-se o Art. 23º., que exige o exame médico, com incidência física e psíquica, destinado a certificar se o requerente está apto, ou apto com restrições, á detenção, uso e porte de arma, bem como se está na posse de todas as faculdades psíquicas, sem historial clínico que deixe suspeitar poder vir a atentar contra a sua integridade física ou de terceiros, que é necessário para os outros cidadãos. Iguais? Quem?
Passando novamente os olhos pela C.R.P. reparo, no “Princípio da igualdade”, nº. 2 do Art. 13º. “Ninguém pode ser privilegiado, beneficiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razão de ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação económica, condição social ou orientação sexual”
Ora, se eu estou com todas as minhas faculdades mentais intactas, reparo em “desigualdades, privilégios, benefícios e prejuízos.
Mas que lei é esta? Quem são os Senhores que a fazem? Que capacidades têm? Que País é este?
Peço imensa desculpa, pois talvez seja eu que já tenha os neurónios “atrofiados” para compreender o incompreensível, causado pelo desgaste de tanto pensar no “caos” que se tornou o meu País e nos lobbies que se alimentam dele.
O facto, é que com capacidade ou sem ela, tenho o direito de pensar que é injusto e até “inconstitucional”(??), o legislador (Governo), considerar que qualquer deputado ou membro do Governo ou até algum “Anacleto” autorizado por eles, seja mais apto psiquicamente que qualquer cidadão comum. Tenho até a certeza de que a maioria desses membros e deputados tem muito menos capacidades e se estivermos a falar de armas, pior ainda. O problema é que em Portugal (de agora), puxa-se demasiado “a brasa á sua sardinha” de maneira escandalosa, e o resto dos “figurantes” (pagadores de impostos), já estão habituados a nada fazerem para combaterem essas injustiças. Pois todos sabemos, que para que as forças do mal atinjam os seus objectivos, basta que as restantes forças nada façam, e pior ainda, que lhes sirvam de trampolim.
Estamos a viver a pior fase (penso eu) desde que Portugal teve um 25 de Abril, cheio de cravos em vez de ser repleto de outro elemento líquido, mais propício a uma revolta. Talvez os cravos tenham encorajado aqueles que desde aí, até hoje, vêm disputando o Palácio de S. Bento e o Palácio de Belém, com os seus infindáveis jardins, as suas garagens recheadas com os mais luxuosos e potentes “Mercedes” (blindados), tratados por vastas equipas de criados e criadas, governantes e governantas, jardineiros e afins, bem guardados por “regimentos” de seguranças que asseguram a integridade física dos Ministros, das mulheres dos Ministros, dos filhos dos Ministros, dos Secretários, Secretárias, Secretários dos Secretários, Secretários dos Secretários das Secretárias e dos namorados das Secretárias dos Secretários, além do apetrechado “rol” de “Ambrósios” que á conta de “abanarem” umas bandeirinhas conseguiram um “lugar ao sol”. Estes Srs., têm governado a seu “bel-prazer” um País que durante estes 34 anos, conseguiu criar um “fosso” intransponível entre “os poucos” ricos e “os muitos” pobres.
Eu, como “partícula” deste Universo, do meu “núcleo” vou-me apercebendo que além das peças estarem trocadas, os mais incompetentes “usuários deste espaço geográfico”, são os que mais procuram o seu lugar no topo da cadeia social, talvez por saberem das suas reduzidas capacidades, desperta neles uma destreza batalhadora e técnicas de “marketing” capazes de enganar o próprio pai, enquanto, aqueles que realmente são competentes, e por o sentirem, nada fazem para “aparecerem”, pensando que os outros também sabem disso. E sabem! Só que se esquecem, que a incompetência na sua luta pelo poder e pelo estatuto “abafam” e “isolam”, com todos os meios ao seu alcance, aqueles que conhecem com mais capacidades.
É assim que chegamos ao estado em que nos encontramos! A criminalidade violenta aumentou em várias centenas percentuais, incentivada por “eles” que (des)fizeram as leis “punitivas”, empurrando os que antes eram pessoas normais, a serem criminosos, para conseguirem pagar o empréstimo da casa, do carro, as propinas do filho, etc., após terem ficado sem emprego e apercebendo-se que neste País é proibido ser preso. Os que andam nisto, sabem perfeitamente que se forem detidos pelas autoridades, imediatamente serão libertados pelo Juíz. Assim foi com aquele que dentro da esquadra “enfiou” 4 tiros numa pessoa, á frente dos agentes, assim foi com aquele que violou, matou e esquartejou 4 raparigas, do mesmo modo que ainda indemniza pedófilos, por serem políticos (??). É assim que também muitas mães, para alimentarem os seus filhos têm de vender o corpo e é assim que grandes empresas com capitais do Estatais e Públicos, que têm como Gestores “reformados” do Estado a ganharem ordenados multimilionários, têm autonomia para fixarem e manterem os preços dos combustíveis nos valores mais altos Europeus, mesmo quando o barril do petróleo atinge o record do preço mais baixo dos últimos anos. É por isso que se fecham escolas e unidades de saúde em todo o País e se obrigam as pessoas a deslocarem-se muitos Kms para tentarem manter-se vivos ou não ficarem analfabetos, mesmo contradizendo o Art. 74º. da C.R.P. (Direito ao ensino e igualdade de oportunidades), que refere a gratuitidade de todos os graus de ensino.
É realmente um grande país o nosso!
Senão, vejamos! Com o que se poupou com o encerramento das escolas e com os ordenados dos professores que deveriam lá estar a dar aulas, investiu-se numa empresa para fabricar “o Magalhães” que irá ensinar as nossas crianças a ligar o computador (logo), acessórios e….jogos. Estão a ver o filme?
No meu tempo e nos outros tempos, o nosso cérebro era obrigado a trabalhar para sabermos que: “a Anita tinha três maçãs, mas que dando duas ao coelhinho, ficaria só com uma”. Não podíamos utilizar os dedos, nem calculadora e muito menos estarmos a jogar “a batalha naval ou o jogo do galo”. Como será agora? Posso estar enganado, mas auguro que no futuro quando perguntarmos aos nossos netos “com quantas maçãs ficou a Anita”, a resposta será: Espera, vou ligar o computador!
Este investimento foi efectuado com a poupança do encerramento das unidades escolares, e o que se fará com a poupança do encerramento das unidades de saúde? Sim! Porque estão aí á porta as eleições e terá obrigatoriamente de se efectuar um investimento com essas poupanças. Vou adiantar-vos o que ouvi dizer! Parece que é a distribuição gratuita a todos os Portugueses com idade igual ou superior àquela que lhes daria direito á reforma de 100% na anterior Lei da Aposentação (36 anos de descontos), de um caixão térmico e ar condicionado. Eu, infelizmente ainda não vou ter direito! Se morrer, a minha família vai ter que fazer uma petição á Segurança Social e logo se verá se aparece uma “cunhazinha”.
Manuel António