segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

AONDE ESTÁ O MEU TEMPO?



Eu sei!
Estou irremediavelmente em falta com os compromissos assumidos, aqui, neste Blog, que me propôs “alimentar” .
O problema está no tempo e não em mim! Ele é demasiado escasso e muito veloz! Lembro-me quando o tempo ainda era abundante, se esgotava ao ritmo das minhas brincadeiras e sempre em proporcionalidade com os meus afazeres. Era eu uma criança! Difícil, era conseguir aproveitá-lo no seu “expoente máximo”. E agora? Nem quero pensar!
Não consigo acompanhar o ritmo a que se esgota e dou comigo a “dar cabeçadas na parede” para me lembrar do que não consegui “encaixar” dentro do “timing” que se esvanece sem piedade, desprezando os meus objectivos e ambições.
Já tentei (e tento) enganá-lo, reduzindo o sono, Mas sempre acabo com o sentimento de que o tempo “encolheu”.
Por isso corro, mas nunca chego! Por isso a angústia (que anda em sentido contrário ao do tempo) facilmente me encontra e me lembra o quão insignificante é a minha “massa molecular” neste Universo viciado por agentes nocivos aos valores fundamentais. Por isso a vontade de desistir vai ganhando força, dentro de mim e querendo que baixe os braços e me deixe “afogar” na corrente que segue no sentido do acaso, para que apague de vez o sentimento de que nasci “fora de tempo” e a sensação de que nesta Sociedade só “encaixam” os “bacharéis” do “logro”.
O tempo é proporcional á facilidade ou dificuldade que as pessoas encontram para viverem ou sobreviverem. Sobrevivem os que lhes falta tempo e vivem os que, o tempo lhes sobra.
Resta refugiar-me, para me encontrar e poder continuar a ser quem sou. É no campo que me sinto bem, por isso, tento sempre que possível usufruir da chuva, do sol, do vento, do frio e do calor, como se fossem dádivas de Deus, por serem fundamentais á renovação de todos os elementos naturais (vegetais e animais). A Natureza me atrai! É extasiante a sua beleza e os seus encantos. A luxúria das suas cores e dos seus perfumes embriagam-me os sentidos. Quero estar perto dela e respeitá-la até á morte.
Tenho tido o privilégio de estar muitas vezes com ela, longe da maldade dos homens para encontrar a paz de espírito, a força e a coragem para enfrentar os momentos em que não posso estar só.
É isso que quero! Estar só, tentar entender e usufruir do tempo!

Manuel António

1 comentário:

Fernanda Cruz disse...

Falta-nos de facto,tempo para saborear e para nos deixarmos maravilhar.nestes momentos a realidade é ultrapassada pela subjectividade,pelo sonho.O tempo cede lugar a intemporalidade...Até a próxima.