Hoje em dia está muito em voga falar-se nos direitos dos animais, na sua protecção e preservação. Fala-se por estar na moda, por ser um tema com relativo consenso, e

Sendo um tema muito vasto e muito particular deixemos as diversas actividades relacionadas com animais (como as touradas, a pesca, etc.) e falemos apenas sobre a caça, pretendendo com estas linhas sensibilizar o caçador comum, que deve saber defender-se destes “ataques hostis” e tentar melhorar a opinião que a sociedade em geral tem, para com a caça e com todos os caçadores.
A caça, que em tempos foi uma actividade essencial à vida humana, tornou-se, hoje em dia, num evento de carácter desportivo. Esta actividade, como qualquer outro desporto, cativou o interesse de muitas pessoas que, com o passar dos anos, formaram um colectivo de desportistas (cerca de 250 000), ao qual nos habituámos a chamar caçadores. Assim sendo, estamos todos nós catalogados na mesma forma e no mesmo grupo, o que é totalmente errado, pois nós praticantes desta arte “ancestral”, infelizmente, não somos todos iguais e muito menos temos os mesmos objectivos.
A caça, para uma elite de caçadores é uma paixão. Uma paixão igual a outra qualquer, igual ás paixões facilmente assimiladas e inquestionáveis pela nossa sociedade, como é o caso da paixão que temos pelos nossos filhos, pela nossa mulher, pelos nossos irmãos e, também igual às paixões de difícil com

Por vezes ouvimos dizer que “fulano ou sicrano” tem o vício da caça. É preciso esmiuçar bem estes dois termos. Um vício pressupõe, a grosso modo, um início e um fim com um prazer no meio, sendo cada uma destas fases perfeitamente definidas e que fora delas cai no esquecimento. A paixão é, ao longo de toda a sua existência, algo de constante, com alma e sempre presente.
A caça é uma paixão, porque para alguns é não só, um desporto ou uma actividade, mas algo que nos acompanha no dia-a-dia, que nos preocupa e que ocupa um espaço no nosso coração ao lado de todas as outras paixões. A caça exige trabalho, investimento, sacrifício, e só por fim nos dá prazer. Este prazer, ao contrário do que muitos pensam, não se busca no acto em si, mas consegue-se num todo que leva uma época a preparar, e que, ao longo dos anos vai aumentando de intensidade.
Assim, o simples cidadão deve, antes de colocar tudo no mesmo saco, estar consciente de que a caça é muito exigente ao nível de formação humana e, se essa formação não é a melhor na generalidade, havendo também quem se abstenha dos princípios básicos do respeito para com o seu semelhante, não quer dizer necessariamente que sejamos todos uns mal-educados, irresponsáveis, broncos e sem sensibilidade. Uma grande parte dos praticantes da actividade/desporto caça, ainda não percebeu a sua essência. Essa grande parte nunca vai perceber (o que é realmente pena), e é essa gente que transmite “para fora” a imagem do caçador. Infelizmente, todos os dias encontramos caçadores que têm como único objectivo matar, seja por que meios forem, o maior número de espécies cinegéticas, ou não, para assim poderem afirmar-se.
Só uma parte “desta família” aprenderam a caçar, como verdadeiros caçadores, movidos pela paixão da caça no seu todo. Todo aquele que se sente como tal, sabe que aquilo que o define como caçador não é o número de peças abatidas que apresenta no final da jornada, mas sim o prazer, intrínseco que obtém da actividade/desporto caça, e que só ele consegue definir e saber a diferença entre um caçador com “C” grande, e um deprimente “matador”.
Embora ainda haja bastantes, parece-me que esta figura do “matador”, tende a desaparecer, pelo motivo de que, as dificuldades impostas pela nova lei das armas, e o de

Espero que a partir de agora esta “reciclagem” apure e una de vez os verdadeiros caçadores, para que todos sejamos poucos na missão que temos obrigatoriamente que assumir, no sentido de recuperarmos a nossa fauna cinegética, com muito rigor, trabalho e disciplina, Já que não poderemos contar com o Estado, que só quer de nós o dinheiro das nossas licenças, taxas e impostos, para que possamos assegurar o futuro deste sentimento que nos “corre nas veias” de calcorrearmos todas as “saliências do monte atrás das “vermelhudas”.
Um grande Abraço, aqueles que tal como eu, não conhecem a palavra “defeso” e encaram esta época como sendo a mais importante da caça, e têm a coragem de disponibilizar algum tempo a semear e cultivar para as espécies cinegéticas.
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