terça-feira, 29 de abril de 2008

SEMEAR PARA COLHER



A preparação das jornadas de caça, não podem ser de maneira alguma lembradas somente na véspera, como se dos preparativos normais se tratassem, como sendo a compra dos cartuchos, a confecção do “farnel” ou a limpeza da arma para que ela não “enguice” na hora de apertar o gatilho. Não faz sentido, fazerem-se estes preparativos se outros não estiverem já efectuados, que são como todos sabem, mas poucos se importam (com isso), a parte mais “dolorosa” mas muito mais “compensadora”, na vertente afectiva e sentimental, pela interacção que somente alguns “privilegiados” conseguem usufruir, por manterem uma proximidade constante com os animais e os mesmos elementos naturais que lhes servem de tecto e abrigo, em busca constante de lhes poder proporcionar melhores condições de alimentação, refúgio e tranquilidade.
Outrora, o homem sem quase se aperceber, efectuava esse trabalho “involuntário”, de alimentar as espécies cinegéticas (principalmente as de caça menor), pela sua intensa actividade agrícola, que lhe garantia a sua subsistência e da sua família. Enquanto se manteve predominante o sector primário em Portugal, assim foi, mas com o avanço das tecnologias e o abandono dos campos cerealíferos, para os tornar produtores de “pasta de papel”, e a “fuga” dos “rendeiros” para as cidades, (além do aparecimento da mixomatose), motivaram (talvez) a 1ª. alteração (negativa) reduzindo de uma maneira drástica todo o capital cinegético até então considerado abundante e aumentando razoavelmente o capital cinegético considerado escasso ou raro, como são as espécies de caça maior.
A 2ª. alteração (positiva), penso que está a aparecer agora com o ordenamento de todo o Território Nacional, e a modificação das mentalidades no sentido de recuperar as espécies que quase chegaram a desaparecer em muitos locais do nosso mapa venatório. Mas não pensem que esta alteração de pensamentos, tem algo a ver com incentivos ou estímulos que os nossos governantes (contrariamente aos governantes dos outros Países) possam dar-nos, porque esses, só “nos comem”.
Acabo com aquela famosa frase (de um deles) “deixem-nos trabalhar”.
Manuel António

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