quarta-feira, 7 de maio de 2008

A MINHA MISSÃO DE FÉ







O que disse no artigo anterior sobre o percurso pedestre, enquadra-se perfeitamente neste presente artigo e no assunto que seguidamente me irei referir.
Nada melhor para nos evadirmos espiritualmente, do que… efectuarmos uma peregrinação. É isso!
Espiritual; fé; peregrinação! É simples? Não, não é! As coisas parecem simples mas não são tanto assim, pois as pessoas para participarem numa “aventura” destas têm de se preparar psicologicamente e fisicamente.
Falo de um percurso de 180 Km (para o nosso caso), que é percorrido em 4 dias, quer faça chuva ou sol.
Muitos perguntarão o que levará estas pessoas a efectuar tal sacrifício, que para mim é totalmente compreendido, e por isso me disponibilizei (como em anos anteriores) a arranjar um grupo de voluntários, que mais uma vez, abdicarão de uns dias das suas férias, para tentar atenuar o sofrimento de 46 pessoas que connosco irão conviver durante 4 dias e 3 noites, para poderem chegar ao Santuário de Nª. Srª. de Fátima no dia 12 de Maio.
São dias de tensão e atenção, quer dos organizadores quer dos peregrinos, que são compensados no final com a alegria da chegada. Durante estes dias, cria-se uma “cumplicidade” entre todos os participantes e estes com os organizadores, pelo facto de dependerem uns dos outros e todos serem um só, ou seja, uma equipa que durante aquele tempo se alheia de tudo para se concentrar no objectivo comum, que é o de chegar ao recinto de Nº. Srª. de Fátima, com menos “mazelas” possíveis. Mas não é fácil, pois durante os quatro dias é necessário efectuar uma média de 40 a 45 Km diários e ter que prosseguir no dia seguinte independentemente dos sintomas de cansaço, psicológicos ou das condições em que a base dos seus corpos (os pés) se encontre.
São dias de muitos “ais e uis”, mas também de muita animação e alegria que vai despontando “aqui e ali” no meio de um grupo cansado e “queimado”pelo sol, com a finalidade de restituir a força aonde já não a há e fazer esquecer as dores daqueles que com alguma penosidade se vão “arrastando”.
Pela nossa parte, a preocupação centra-se nas possíveis desidratações, por falta de líquidos, no fornecimento de alimentos capazes de repor as substâncias perdidas provocadas pelo desgaste físico, no respectivo tratamento de possíveis feridas e no importantíssimo repouso entre etapas.
Quem acompanha um grupo de Peregrinos, apercebe-se de muitas coisas que não imaginaria, se não estivesse ali. Apercebe-se da força que a fé dá às pessoas, fazendo-as caminhar quando os pés já não cabem nos sapatos e os tingem de sangue, apercebe-se de que há pessoas que se aproveitam dos Peregrinos (abandonando-os à sua sorte, depois de lhes cobrarem para os apoiarem), e apercebe-se das diferentes personalidades do Ser Humano. Naquelas condições, sobressai a verdadeira personalidade de cada um, e por vezes aquele que parece ser o mais humilde, salienta-se pela enorme nobreza interior.
Pessoalmente, o que mais me marcou num destes anos anteriores (e que pelo facto não consegui conter uma lágrima “furtiva” que se desprendeu de mim), foi quando avistei uma Senhora (de outro grupo) que apoiada em braços por dois rapazes mais jovens e parei uns metros à frente para tentar dar o apoio possível, ficando à espera que chegassem até mim, mas, a Senhora em grande agonia (e pensando que não teria de lhe prestar ajuda, por não ser do nosso grupo), gritou-me do local aonde se encontrava, implorando em choro para lhe dar água “por Amor de Deus”. Aonde estavam os responsáveis pelo apoio àqueles Peregrinos?
Talvez seja pelo facto de ainda sermos novos nestas andanças, e por isso, talvez, ainda não termos vícios e só nos importar a comodidade das pessoas, e termos a capacidade de sentir e usufruir de um imenso prazer, que é o de chegarmos ao fim e constatarmos que o nosso trabalho contribuiu para que os nossos “protegidos”, tenham atingido o seu objectivo com facilidade. Para isso contamos também com a colaboração de alguns apoios que de uma maneira ou de outra, contribuem para que o nosso trabalho seja facilitado, disponibilizando infra-estruturas com condições para proporcionarmos tranquilidade e repouso aos participantes.
São instituições como a Câmara Municipal de Proença-a-Nova e da Sertã, a Associação Recreativa Sandoeirense, a Associação do Bº. da Carapalha e a ACAPO (Associação de Cegos e Ambíopes de Portugal) de Castelo Branco, que tornam o nosso trabalho de voluntariados, bastante facilitado. Uns pela cedência de instalações de repouso e outros pelo empréstimo das viaturas de apoio.
A eles o nosso obrigado!

É por este motivo que durante cinco dias estarei ausente em missão nesta “cruzada” que me “impôs” concretizar, por motivos de consciência e não religiosos.
Cá ficará o “Manel” para tratar dos comedouros das rolas e perdizes. Para a semana já estarei ao serviço, e contar-lhes-ei como correu esta “Aventura”, além das respectivas fotos.
Até para a semana!


Manuel António

1 comentário:

Anónimo disse...

Ora cá estou eu tal como prometido, devo confessar que apesar de ser funcionaria publica ainda n exerço o proveito que nos rotulam e por isso mesmo (na minha hora d trabalho) n tive oportunidade de ler o k escreves-t (li na diagonal)mas n pude deixar de reparar que tens um talento enorme para a fotografia. Parabens e prometo que quando passar da fama ao proveito como trabalhadora da função publica irei passar amis tempo sem fazer nenhum e ai sim vou ler as coisas que escreves-t.
ah e tb kero o video da 1ª comunhão
beijokas da Tania.