sábado, 27 de dezembro de 2008

JÁ NÃO SINTO O NATAL



É com muita tristeza que confesso, que já não sinto o Natal!
Cada ano que passa, piora o meu sentimento em relação a este dia, que pelos tempos fora foi um marco comemorativo do nascimento de Jesus e “carregou” uma força de fraternidade, união e amor. Amor e respeito pelo semelhante!
Sempre compreendi o Natal, como sendo uma reflexão pessoal, aonde cada Ser Humano (Cristão), faz uma “arrumação” interior e arranja um “cantinho” para meter lá a paz e o amor necessário até conseguir o sentimento maravilhoso de uma limpeza espiritual. Era mágica a palavra “Natal”! Aqueles que tal como eu, sentiram os “Natais” de há trinta e tal anos, compreendem o sentido das minhas palavras.
Três décadas constituem somente o período, desde que uma pessoa nasce até ser homem ou mulher (ainda jovem), no entanto, classifico este período de tempo (os últimos 30 anos da história da humanidade), como sendo o que mais modificou o mundo em todos os sectores. Quem ousaria pensar (há 30 anos), que brevemente todos dependeríamos de umas “coisas” como os telemóveis e a internet? Ou que iríamos todos utilizar a mesma moeda em vários Países da Europa? Que após 30 anos, não seriam necessárias tantas escolas? Quem ousaria pensar que essas mesmas escolas iriam banir os livros e substituí-los pelo “brinquedo” (Magalhães) que irá ensinar as crianças a deixarem de pensar? Além destas mudanças, poderia referenciar mais um milhão delas, mas a formação e a educação dos nossos filhos e a forma como eles a interiorizam e aceitam, para mim é a mais “chocante”, porque faz deles adultos com ideologias e modos de vista tão diferentes que acabam por “chocar” com os padrões do bom uso, compreendidos pela maioria dos pais.
Por isso o mundo está a mudar! As ideias e os sentimentos são diferentes e já não se coadunam com a minha ideologia nem sentimentos. Sinto-me “FORA DE PRAZO”, por isso, o Natal já não é meu!
Não é só a missa do galo que deixou de ser celebrada á meia-noite, e passar a ser às 5h da tarde, por um Sr. que sendo mais pecador do que eu, faz de padre em troca de uns euros e afasta os crentes. Também não é pelo facto de as crianças, não conseguirem sentir emoção no momento da abertura de uma prenda que os pais se esforçaram para lhe conseguir dar. Tão-pouco é o facto de os verdadeiros sentimentos de amizade e boas-festas que eram ditos com voz e coração, terem sido substituídos por frases de sentimento (virtual), lançadas para os telemóveis e internet pelas operadoras (multimilionárias) que enchem a “carteira” á custa da falta de sentimento das pessoas que não têm coragem de o fazer de outro modo. Nem sequer é pelo facto de relacionar o sentimento de Natal das pessoas, com o acto de "enforcarem" o Pai Natal nas varandas e janelas, deixando-o a balançar na ponta da corda.
Não é só por isso, mas é também por isso! O Natal para mim é triste e de imensa SAUDADE! Passar um dia destes a fingir que tudo é como dantes e que estou adaptado, é muito angustiante para mim. Prefiro calçar as minhas botas gore-tex e sair logo pela manhã para o monte, como faço amiúde e partir o gelo, pisar a geada e sentir o “picante” do frio nas minhas mãos e na cara, enquanto distribuo alimento aos sobreviventes da época cinegética.
Faz-me falta o contacto com o campo e com os animais. Ali, liberto-me de todos os vícios humanos e …consigo RECORDAR O NATAL!
Manuel António

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

AONDE ESTÁ O MEU TEMPO?



Eu sei!
Estou irremediavelmente em falta com os compromissos assumidos, aqui, neste Blog, que me propôs “alimentar” .
O problema está no tempo e não em mim! Ele é demasiado escasso e muito veloz! Lembro-me quando o tempo ainda era abundante, se esgotava ao ritmo das minhas brincadeiras e sempre em proporcionalidade com os meus afazeres. Era eu uma criança! Difícil, era conseguir aproveitá-lo no seu “expoente máximo”. E agora? Nem quero pensar!
Não consigo acompanhar o ritmo a que se esgota e dou comigo a “dar cabeçadas na parede” para me lembrar do que não consegui “encaixar” dentro do “timing” que se esvanece sem piedade, desprezando os meus objectivos e ambições.
Já tentei (e tento) enganá-lo, reduzindo o sono, Mas sempre acabo com o sentimento de que o tempo “encolheu”.
Por isso corro, mas nunca chego! Por isso a angústia (que anda em sentido contrário ao do tempo) facilmente me encontra e me lembra o quão insignificante é a minha “massa molecular” neste Universo viciado por agentes nocivos aos valores fundamentais. Por isso a vontade de desistir vai ganhando força, dentro de mim e querendo que baixe os braços e me deixe “afogar” na corrente que segue no sentido do acaso, para que apague de vez o sentimento de que nasci “fora de tempo” e a sensação de que nesta Sociedade só “encaixam” os “bacharéis” do “logro”.
O tempo é proporcional á facilidade ou dificuldade que as pessoas encontram para viverem ou sobreviverem. Sobrevivem os que lhes falta tempo e vivem os que, o tempo lhes sobra.
Resta refugiar-me, para me encontrar e poder continuar a ser quem sou. É no campo que me sinto bem, por isso, tento sempre que possível usufruir da chuva, do sol, do vento, do frio e do calor, como se fossem dádivas de Deus, por serem fundamentais á renovação de todos os elementos naturais (vegetais e animais). A Natureza me atrai! É extasiante a sua beleza e os seus encantos. A luxúria das suas cores e dos seus perfumes embriagam-me os sentidos. Quero estar perto dela e respeitá-la até á morte.
Tenho tido o privilégio de estar muitas vezes com ela, longe da maldade dos homens para encontrar a paz de espírito, a força e a coragem para enfrentar os momentos em que não posso estar só.
É isso que quero! Estar só, tentar entender e usufruir do tempo!

Manuel António

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

A "NOSSA" ABERTURA



Tenho referido várias vezes que para “colher é necessário plantar”. Não é novidade para ninguém que assim é, e nem sequer fui eu quem descobriu esta “fórmula” de vida. Penso, que tenha sido a persistência dos nossos antecedentes, na constante “luta” para conseguirem o seu pão, em épocas de precariedade de recursos e escassez de “tudo” que dominava a vida das famílias, que gerou esta evidente ilação.
Não estamos em época de precariedade de recursos, tão só, estamos em época de escassez de “vontades”. Pois a modernidade, ofereceu-nos a facilidade “tanganha” e “tolheu-nos o sentimento de orgulho que outrora existiu, de valorizarmos somente o que se conseguia com suor e lágrimas. Esse sentimento extinguiu-se como se extinguiram outros como o respeito e a honra, ou até mesmo alguns que ninguém ousaria, ao longo de toda a história da humanidade, pensar que também morreriam, como o amor. O amor pelos outros, o amor por nós próprios, o amor por Deus e o amor pelos nossos, são sentimentos que agora são sentidos (?) de forma distinta dos padrões verdadeiros que definiam o amor.
Foi num ápice, que tudo se desmoronou! Pois ainda me lembro de quando os filhos “amavam” os pais e estes os seus filhos, de quando as pessoas ajudavam os seus semelhantes (mesmo prejudicando-se), de quando os “aldrabões” e “gatunos” eram desprezados pelas pessoas e nunca conseguiam impor-se na Sociedade.
Fala-se da crise financeira, mas nunca ouvi falar de uma mais importante (para mim) que é a crise e a recessão dos princípios fundamentais que outrora construíam “mentalidades saudáveis”.
Mas aonde é que eu já vou? Desculpem!!
Não é o assunto que eu, agora, quero abordar, mas quase sem querer, as teclas “escorregaram” para aí.
Quando comecei este artigo de opinião, foi com a intenção de relatar a abertura da (nossa) Zona de Caça, que tal como as outras, existe para ter uma abertura e um encerramento em cada Época Venatória. A única diferença (com algumas) é que nos prezamos em criar condições de sossego, refúgio, alimentação e logicamente, procriação, para quando pudermos efectuar as nossas jornadas, podermos fazê-lo em consciência de que os animais abatidos, são excedentários e que os que ficarão serão suficientes para darmos continuidade ao que nos propusemos efectuar, que não é mais do que preservar as espécies autóctones (selvagens), tentando aumentar gradualmente o número dos seus efectivos e a sua qualidade genética (até parece um paradoxo). Passa também por criar um ambiente saudável, entre todos os que acreditaram neste projecto e despertar-lhes sentimentos “arquivados” e já alguma vez vividos, quiçá, há muito tempo, quando havia muita caça e poucos caçadores e os campos eram cultivados. Jornadas perfeitas, com respeito entre as pessoas e estas pelas espécies é outro dos objectivos deste espaço que pretende ser o “Éden”, como já referi noutra “peça” deste blog.
Em conjunto iremos conseguir um espaço aonde todos se sintam bem e possam deixar para trás a “hipocrisia” e a “injustiça” que coabita a nosso lado e nos persegue constantemente na “Selva Urbana”.
Foi com este espírito de “liberdade” que no dia 11 de Outubro, debaixo de um vento muito “acelerado” e de alguma chuva, que fizemos a abertura. O resultado está patente na foto que ilustra este artigo, embora não mostre as perdizes que “infelizmente”foram abatidas e não cobradas (5), passando a constituir alimentação ás raposas que também são espécie cinegética. Fomos nove caçadores “intactos” e um de “muletas”, que mesmo com a perna partida, optou por dar descanso á “cadeira de rodas” que “arrastando-se”, também foi atrás delas.
Falta referir que os nossos “amiguinhos” (cães) praticamente serviram para efectuar o “cobro”, embora estivessem presentes cães fantásticos, mas as “autênticas alectoris rufa” com a sua “bravura”, não quiseram saber disso e “saltavam” a muitas dezenas de metros com velocidades iniciais equiparadas ás do “pico”, sabendo tirar proveito do forte vento. Foi uma manhã bem passada, que ocupou todos os intervenientes, fazendo-os esquecer “a crise financeira”, a “queda da bolsa” o “trabalho” e até o “mundo”, enquanto corriam atrás do “fruto” por nós “semeado”.
A satisfação foi total, tanto na lide venatória como no convívio efectuado por todos durante o almoço (um saboroso javali acompanhado por uma deliciosa salada de agriões, colhidos á porta de casa), confeccionado por amigos que entendem e sabem da arte de cozinhar, os quais, eu muito lhes agradeço, e aproveito para os convidar (espero que aceitem) a efectuar o próximo almoço na próxima jornada. Pois sem os mesmos (dois Homens e duas Senhoras), estaremos condenados a comer sandes.


Manuel António

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

PAÍS REAL







Tenho dentro de mim, o gene do homem caçador, como muitos milhares de Portugueses. Tenho dentro de mim, a vontade de preservar esse gene, durante toda a minha vida, como sucede com os outros caçadores.
Sempre me senti no direito de pensar que isso só dependia de mim e das minhas capacidades físicas (como todos os outros pensavam), mas….de repente, comecei a vislumbrar no horizonte alguns “pontos de interrogação”, que ameaçam transformarem-se em algo mais do que simples sinais “ortográficos”, que se vão dissipando no ar.
Tenho vindo a constatar que as sucessivas alterações que têm vindo a acontecer no panorama cinegético e venatório dos Portugueses, que nasceram com o “ADN” do “Homo Neandertal” a correr nas veias, nada tem a ver com o ordenamento correcto e justo de uma actividade que enche de milhões de euros os cofres do Estado, ou com alguma estratégia que vise beneficiar as espécies animais “protagonistas” desta “Arte” milenar, que no passado chegou a ser exclusiva da Nobreza / Realeza. Distraía e enchia de prazer esta classe, de forma assídua, considerando-a o melhor treino para a arte de cavalgar e guerrear.
Tenho constatado que a “simples” crise de ouço falar “na comunicação social”, não é nada mais do que uma crise bem mais complexa do que alguns querem fazer crer, que penaliza a Classe Social baixa/média e nada penalizante para aqueles que a provocam, com a “insinuação” de que todos temos de fazer sacrifícios.
Com toda a minha ignorância, após o 25 de Abril de 1974, onde no dia seguinte, ouvi pela 1ª. vez a palavra “democracia”, assimilei (não sei porquê) que esse conjunto de letras eram “sinónimo” de “igualdade, liberdade e justiça social. Tenho agora a certeza de que estava “redondamente” enganado, e que a palavra “democracia” tem significados ambíguos e adulteráveis, pelos que, pensando serem os seus “proprietários” queiram atribuir-lhe, proporcionalmente às tendências da defesa dos seus interesses.
Refere o nº. 1 do Art. 13º. da Constituição da República Portuguesa, “que todos os cidadãos têm a mesma dignidade social e são iguais perante a lei”.
O nº. 2 do Art. 5º. do D. L. nº. 5 /2006, de 23/02, diz que são autorizados a aquisição, a detenção, o uso e porte de arma da classe B, ao Presidente da República, ao Presidente da Assembleia da República, aos deputados, aos membros do Governo, aos representantes da República, aos deputados regionais, aos membros dos Governos Regionais, aos membros do Conselho de Estado, aos governadores civis, aos magistrados judiciais, aos magistrados do ministério Público e ao Provedor da Justiça. O nº. 1 do Art. 19º. esclarece que solicitadas pelo P.R., pelo P.A.R. e pelos Ministros, podem ser concedidas licenças especiais para uso e porte de arma das classes B e B1, a funcionários do seu serviço, mas ignora-se o Art. 23º., que exige o exame médico, com incidência física e psíquica, destinado a certificar se o requerente está apto, ou apto com restrições, á detenção, uso e porte de arma, bem como se está na posse de todas as faculdades psíquicas, sem historial clínico que deixe suspeitar poder vir a atentar contra a sua integridade física ou de terceiros, que é necessário para os outros cidadãos. Iguais? Quem?
Passando novamente os olhos pela C.R.P. reparo, no “Princípio da igualdade”, nº. 2 do Art. 13º. “Ninguém pode ser privilegiado, beneficiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razão de ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação económica, condição social ou orientação sexual”
Ora, se eu estou com todas as minhas faculdades mentais intactas, reparo em “desigualdades, privilégios, benefícios e prejuízos.
Mas que lei é esta? Quem são os Senhores que a fazem? Que capacidades têm? Que País é este?
Peço imensa desculpa, pois talvez seja eu que já tenha os neurónios “atrofiados” para compreender o incompreensível, causado pelo desgaste de tanto pensar no “caos” que se tornou o meu País e nos lobbies que se alimentam dele.
O facto, é que com capacidade ou sem ela, tenho o direito de pensar que é injusto e até “inconstitucional”(??), o legislador (Governo), considerar que qualquer deputado ou membro do Governo ou até algum “Anacleto” autorizado por eles, seja mais apto psiquicamente que qualquer cidadão comum. Tenho até a certeza de que a maioria desses membros e deputados tem muito menos capacidades e se estivermos a falar de armas, pior ainda. O problema é que em Portugal (de agora), puxa-se demasiado “a brasa á sua sardinha” de maneira escandalosa, e o resto dos “figurantes” (pagadores de impostos), já estão habituados a nada fazerem para combaterem essas injustiças. Pois todos sabemos, que para que as forças do mal atinjam os seus objectivos, basta que as restantes forças nada façam, e pior ainda, que lhes sirvam de trampolim.
Estamos a viver a pior fase (penso eu) desde que Portugal teve um 25 de Abril, cheio de cravos em vez de ser repleto de outro elemento líquido, mais propício a uma revolta. Talvez os cravos tenham encorajado aqueles que desde aí, até hoje, vêm disputando o Palácio de S. Bento e o Palácio de Belém, com os seus infindáveis jardins, as suas garagens recheadas com os mais luxuosos e potentes “Mercedes” (blindados), tratados por vastas equipas de criados e criadas, governantes e governantas, jardineiros e afins, bem guardados por “regimentos” de seguranças que asseguram a integridade física dos Ministros, das mulheres dos Ministros, dos filhos dos Ministros, dos Secretários, Secretárias, Secretários dos Secretários, Secretários dos Secretários das Secretárias e dos namorados das Secretárias dos Secretários, além do apetrechado “rol” de “Ambrósios” que á conta de “abanarem” umas bandeirinhas conseguiram um “lugar ao sol”. Estes Srs., têm governado a seu “bel-prazer” um País que durante estes 34 anos, conseguiu criar um “fosso” intransponível entre “os poucos” ricos e “os muitos” pobres.
Eu, como “partícula” deste Universo, do meu “núcleo” vou-me apercebendo que além das peças estarem trocadas, os mais incompetentes “usuários deste espaço geográfico”, são os que mais procuram o seu lugar no topo da cadeia social, talvez por saberem das suas reduzidas capacidades, desperta neles uma destreza batalhadora e técnicas de “marketing” capazes de enganar o próprio pai, enquanto, aqueles que realmente são competentes, e por o sentirem, nada fazem para “aparecerem”, pensando que os outros também sabem disso. E sabem! Só que se esquecem, que a incompetência na sua luta pelo poder e pelo estatuto “abafam” e “isolam”, com todos os meios ao seu alcance, aqueles que conhecem com mais capacidades.
É assim que chegamos ao estado em que nos encontramos! A criminalidade violenta aumentou em várias centenas percentuais, incentivada por “eles” que (des)fizeram as leis “punitivas”, empurrando os que antes eram pessoas normais, a serem criminosos, para conseguirem pagar o empréstimo da casa, do carro, as propinas do filho, etc., após terem ficado sem emprego e apercebendo-se que neste País é proibido ser preso. Os que andam nisto, sabem perfeitamente que se forem detidos pelas autoridades, imediatamente serão libertados pelo Juíz. Assim foi com aquele que dentro da esquadra “enfiou” 4 tiros numa pessoa, á frente dos agentes, assim foi com aquele que violou, matou e esquartejou 4 raparigas, do mesmo modo que ainda indemniza pedófilos, por serem políticos (??). É assim que também muitas mães, para alimentarem os seus filhos têm de vender o corpo e é assim que grandes empresas com capitais do Estatais e Públicos, que têm como Gestores “reformados” do Estado a ganharem ordenados multimilionários, têm autonomia para fixarem e manterem os preços dos combustíveis nos valores mais altos Europeus, mesmo quando o barril do petróleo atinge o record do preço mais baixo dos últimos anos. É por isso que se fecham escolas e unidades de saúde em todo o País e se obrigam as pessoas a deslocarem-se muitos Kms para tentarem manter-se vivos ou não ficarem analfabetos, mesmo contradizendo o Art. 74º. da C.R.P. (Direito ao ensino e igualdade de oportunidades), que refere a gratuitidade de todos os graus de ensino.
É realmente um grande país o nosso!
Senão, vejamos! Com o que se poupou com o encerramento das escolas e com os ordenados dos professores que deveriam lá estar a dar aulas, investiu-se numa empresa para fabricar “o Magalhães” que irá ensinar as nossas crianças a ligar o computador (logo), acessórios e….jogos. Estão a ver o filme?
No meu tempo e nos outros tempos, o nosso cérebro era obrigado a trabalhar para sabermos que: “a Anita tinha três maçãs, mas que dando duas ao coelhinho, ficaria só com uma”. Não podíamos utilizar os dedos, nem calculadora e muito menos estarmos a jogar “a batalha naval ou o jogo do galo”. Como será agora? Posso estar enganado, mas auguro que no futuro quando perguntarmos aos nossos netos “com quantas maçãs ficou a Anita”, a resposta será: Espera, vou ligar o computador!
Este investimento foi efectuado com a poupança do encerramento das unidades escolares, e o que se fará com a poupança do encerramento das unidades de saúde? Sim! Porque estão aí á porta as eleições e terá obrigatoriamente de se efectuar um investimento com essas poupanças. Vou adiantar-vos o que ouvi dizer! Parece que é a distribuição gratuita a todos os Portugueses com idade igual ou superior àquela que lhes daria direito á reforma de 100% na anterior Lei da Aposentação (36 anos de descontos), de um caixão térmico e ar condicionado. Eu, infelizmente ainda não vou ter direito! Se morrer, a minha família vai ter que fazer uma petição á Segurança Social e logo se verá se aparece uma “cunhazinha”.
Manuel António

terça-feira, 29 de julho de 2008

PORQUÊ?






Ainda sou do tempo em que se aprendia na escola, que havia quatro estações do ano: Primavera, Verão Outono e Inverno. Recordo com saudade, as redacções que se faziam sobre as mesmas, onde cada aluno expressava o seu sentimento sobre cada uma delas. Recordo-me ainda que nessas mesmas redacções, e enquanto os outros meninos davam preferência à Primavera, por ser mais colorida e os passarinhos fazerem os ninhos, as borboletas beijarem as flores, etc., eu dava preferência ao Verão. Dizia nas minhas composições, que gostava mais do Verão porque, era a época das férias grandes, e podia ir para o rio tomar banho e pescar com o meu avô, além de ser a época da fruta e ser a altura de os meus primos que viviam em França nos visitarem.
Não me lembro de em tempo algum eu, ou outro colega relatar nas suas redacções, que o Verão trazia fogos, seca, catástrofe, etc. Era tudo demasiado belo e simples.
Em todo o tempo que se resumiu a minha infância, recordo-me que por duas vezes tocaram os sinos da igreja, e saiu toda a povoação a correr com baldes para o local, indicado por alguém, no qual lavrava um incêndio, que era imediatamente aniquilado por um cordão com dezenas de metros, constituído por homens e mulheres que numa sintonia quase mecânica, despejavam alguns poços. Raramente havia fogos, e os que apareciam eram sempre provocados por trovoadas.
Eram tempos simples, onde a simplicidade e “pacatez” das pessoas, não lhes permitia pensar em nada mais que não fosse ajudar com todos os meios ao seu alcance e com todas as suas forças, aqueles que de si necessitassem, por isso, tocava o sino, e esse sinal mais do que uma ordem era uma lei. Tudo funcionava no meio dessa simplicidade.
Desde aí, até agora não passaram muitos anos, no entanto, parece que estamos a séculos desse tempo. Nada é como dantes, tudo está alterado.
Não consigo entender como numa “vintena” de anos mudámos de mundo sem mudarmos de lugar. Neste espaço de tempo, houve uma metamorfose de mentalidades e interesses que ao entrarem em colisão entre si, geraram um conflito e uma ruptura com a natureza e tudo o que deveria ser natural.
E o que é natural?
Para mim, natural é tudo o que tem um percurso normal, culminando numa situação lógica.
E o que são as mentalidades em colisão?
Com excepção dos mais incautos ou descuidados, todos nós reparamos como presentemente, as pessoas não são colocadas profissionalmente, nem politicamente no lugar certo, ou seja, no lugar para que foram “talhados”.
Hoje, as pessoas são sobrevalorizadas ou subvalorizadas. São muito poucos, que estão no seu “patamar” lógico.
Houve um tempo, em que as pessoas construíam a pulso a sua posição na sociedade, através de todo um trabalho realizado em prol de qualquer actividade social ou política, e só depois adquiriam o seu estatuto, que lhe era reconhecido e conferido, por todos.
E hoje como é?
É tudo mais simples. Hoje existe no nosso vocabulário mais umas palavrinhas (compadrios, cunhas e favores políticos), que não eram reconhecidas e aceites antes, e que vieram mudar o mundo.
É deste modo, que aparecem nos cargos maiores da Sociedade e da Política, os sobrevalorizados e em “cargo nenhum” os subvalorizados. São precisamente estes, que não têm cargo nenhum, que conseguem compreender que na questão dos fogos em Portugal, os milhões de euros, pagos aos meios aéreos privados, para combate a incêndios, só estimulam e incentivam, a que cada vez haja mais e maiores fogos. Não é difícil adivinhar, que essas empresas privadas, facturam mais numa época de incêndios (antes, chamada verão) do que em dez anos sem os mesmos.
Os sobrevalorizados, não conseguem compreender que estão a comparticipar a continuidade dos fogos, e que esses milhões de euros, dariam para adquirir “quites” de incêndio para os já existentes helicópteros da força aérea e alguns “canaderes”, seleccionando ainda alguns efectivos das forças militares para pilotarem os mesmos, numa altura de paz e que só eles não vêem que a nossa guerra são os incêndios e as suas ideias “luminosas”, que do seu “poleiro” vão pensando formas de nos “assaltarem”.
Este ano o flagelo continua a devorar os hectares que restam da nossa mata, que há seis anos era a mais extensa floresta de pinho da Europa. Em Agosto de 2005, tínhamos contabilizado só nós, 41% da área ardida de toda a Europa. Como é possível toda esta passividade das forças Políticas Nacionais e não declararem GUERRA aos incendiários, como alguns países fizeram com o terrorismo, que neste caso, até acaba por o ser. Quando um país está em guerra, entram em acção as forças militares, mas, aonde estão elas?
Enquanto houver interesses privados (e outros), todos os anos a catástrofe será maior.
No meio de tudo isto, só a flora e a fauna perdem, tudo o resto fica a ganhar, inclusive, em algumas situações, até os proprietários saem a lucrar com o fogo.
As Associações Ambientalistas, que sobrevivem de subsídios, e que existem (dizem elas) para proteger a Natureza, que passam a vida a complicar (quando são chamadas a dar parecer) nas criações de novas Zonas de Caça, construção de pontes, novas vias, etc., aonde estão enquanto essa mesma natureza arde? E o fazem para isso não acontecer? E o que fazem para proteger os animais, e dar-lhes o apoio médico e alimentar que eles necessitam após o fogo?
Existe muita coisa que não faz sentido, e mais uma delas, é aquela do Serviço que informa o País com alertas laranjas e vermelhos, como se o calor, só por si, causasse algum fogo sem haver a acção descuidada ou propositada do homem (parecendo no entanto, ser de uma grande eficácia, como se tem notado no dia seguinte, com meia dúzia de fogos a deflagrarem em simultâneo precisamente nos pontos apontados por esse Serviço), ou o outro Serviço de Informação dos S.N.B., que informa constantemente pela rádio, enquanto conduzimos, quantos incêndios existem naquele momento em Portugal, ou se não há nenhum, num claro desafio a algum débil mental que esteja a ouvir e não goste que os Bombeiros descansem.
Enquanto os interesses particulares, privados e políticos se superiorizarem aos interesses Nacionais, enquanto cada pessoa, olhar o seu semelhante como sendo uma potencial fonte de receita, enquanto os que trabalham por conta de outrem, pagarem os impostos (que lhes são impostos) e os que trabalham por sua conta se “esquecerem” de o fazer, a nossa imagem manter-se-á bem “ made in Portugal”, e as estações do ano, no nosso País serão “infelizmente” duas: Inverno e Época dos Incêndios.
Cada vez estou mais convicto (embora contrariando muita gente), que temos de ser nós, caçadores, a pôr ordem neste flagelo. Há uns anos, quando tudo começou e os incêndios começaram a ter uma regularidade, era a nós precisamente, que se apontava o dedo acusador de pessoas pouco informadas, que pensaram ter resolvido o assunto, ao arranjarem um “bode expiatório”, sem nada fazerem para se certificarem da veracidade das afirmações. Havia realmente uma suspeita, pelo facto de estarmos numa fase de transição do regime livre para o regime ordenado, sem no entanto, isto significar alguma prova.
Alguns anos passados, com o regime praticamente ordenado, e os caçadores adaptados à nova realidade, os fogos continuam a aumentar, ou a manterem-se todos os anos. E agora, quem vão esses Conservadores da Natureza “de secretária” acusar?
Nós caçadores, somos os únicos que conhecemos realmente o campo, não retiramos lucro dele, e parece-me que somos dos poucos, que estamos interessados que ele se mantenha intacto.
Agora que o terreno cinegético está ordenado, cada caçador, “se o for realmente” tem obrigação de preservar, vigiar e trabalhar na sua zona de caça. Têm também obrigação de ajudar a combater o incêndio, se for caso disso, e a ajudar a recuperar o património cinegético e florestal perdido.
As Zonas de Caça, quando bem trabalhadas, e com boa cooperação dos seus associados, devem ter no futuro, um papel fundamental na prevenção de incêndios, se quisermos continuar a desfrutar do maior prazer que pode ter um homem/caçador, até à eternidade, constituindo esse um privilégio, que só durará, enquanto continuar a haver local e espécies cinegéticas para o podermos exercer.

NOTA: Procurei nas profecias de Michel de Nostradamus, se este tinha previsto algum dia, quiçá, cair neve com temperaturas de quarenta e tal graus, ou as Cidades serem engolidas por densos nevoeiros, debaixo de temperaturas infernais.
Não previu isso realmente, mas, o certo é que nós todos infelizmente, assistimos constantemente a esse fenómeno que eu interpreto, como sendo a proximidade do fim dos tempos, que coincidirá com o fim de todos os recursos naturais, inclusive, o próprio ar respirável.
DESCODIFICAÇÃO: A neve, é a chuva de cinza proveniente dos vários fogos, que cai, mudando de cor casas e carros, e o nevoeiro é o fumo proveniente dos mesmos que envolve tudo, até grandes distâncias.

Manuel António

sexta-feira, 25 de julho de 2008

A NATUREZA ESTÁ DE LUTO







A forma como veste a natureza é fascinante. Enlouquece e embriaga os seus amantes, seduzindo-os com a sua vasta paleta de cores, que vai usando conforme as exigências do tempo. A esse leque de cores, que durante milhões de anos soube usar naturalmente, juntou-se mais uma, que a não ser pela noite, não se vislumbraria normalmente na paisagem; o negro profundo. Esta cor, sinónimo de luto e catástrofe, é infelizmente hoje em dia, a cor mais predominante nos nossos campos, fruto de mentalidades mesquinhas e hipócritas, geradas pela ganância e arrogância da sociedade moderna, que esquece os princípios básicos na formação das mentalidades.
O mundo está cheio de seres gananciosos, egoístas e invejosos que desprezam o respeito com os semelhantes e declaram a sentença de morte aos valores fundamentais e convivência em harmonia.
Chamam-lhes os tempos modernos, eu chamo-lhe o genocídio global.
Lembro-me quando tinha 16 ou 17 anos, para além do futebol de rua e das passaradas no campo com outros amigos, respeitando a propriedade alheia e as pessoas, fazia parte de um grupo de adolescentes que á noite e aos domingos à tarde se juntavam numa esplanada ou num bar, para tomarmos uma cola ou um sumo e falarmos da música de top, cinema e outras coisas banais. Quase todos os miúdos se conheciam (pelo menos de vista), e tinham os seus grupos, mas nem todos passavam o tempo da mesma forma. O modo de diversão que alguns grupos adoptavam, era a deitar fogo às papeleiras de plástico e caixotes do lixo, partir as árvores novas, partir antenas e roubar os símbolos dos carros, desafiar e maltratar os outros miúdos e pessoas idosas, etc. Nesse tempo, eu ficava estupefacto com a estranha forma de divertimento, e não compreendia como era possível tal procedimento.
Nos dias de hoje, reconheço essas pessoas já adultas, e mais espantado fico, quando reparo que a maioria deles usa farda e representam a lei e outros cargos importantes da sociedade.
Estarão essas pessoas psicologicamente preparadas e capazes de agirem de um modo isento e imparcial no desempenho da sua actividade? Não serão essas mentalidades, que em pequenos deitavam fogo aos caixotes do lixo, que o fazem agora nas florestas, retirando daí algum proveito próprio?
Perdoem-me a impertinência das perguntas, mas a quantidade de injustiças que se assiste diariamente em todos os sectores e de todas as formas, levam a pensar (quem ainda pensa) que talvez as pessoas erradas estejam nos sítios errados.
Quem pode ter a coragem
de pintar de negro a natureza, assassinando o património florestal e cinegético de um povo, prejudicando os proprietários, a fauna, a flora, os ecossistemas, o ambiente, o clima, etc, etc.?
O flagelo dos fogos não são obra do acaso, são as mãos e mentalidades criminosas que não existiam num passado recente, mas que emergem hoje, de um novo homonídeo com uma nova mentalidade destruidora. Esses homonídeos, não olham a meios para atingir os fins. Estão entranhados pelos vários sectores sócio-económicos, são isentos de remorsos e agem em seu interesse.
É devido aos fogos florestais, que existem hoje grandes empresas privadas de aeronaves de combate a incêndios, grandes empresas de buldozer’s, grandes empresas de madeiras tratadas para repor cercas, sinalizações das Zonas de Caça, postes de telefone, etc. Qualquer destas empresas obtém mais lucro num verão, do que em vários anos (excluindo os respectivos verões). Além disso, a inveja de alguns “pseudo-caçadores” que não podendo caçar em determinados sítios, queimam não só o património florestal, como todo um capital cinegético, empobrecendo e afectando toda a caça do País, provocando a escassez e até a extinção em alguns locais de determinadas espécies (animal e vegetal), que deste modo não poderão nunca contribuir para uma actividade sustentável, geradora principal de riqueza nos meios rurais em que se encerem e à sua Região, como acontece com as lides venatórias nos outros Países.
Havendo provas de que são os caçadores que se auto-destroem, mais vale acabar com a caça. Pois a receita (que não é pouca) arrecadada pelo Estado, através das licenças de caça, pagamento de taxas das Zonas de Caça, uso e porte de armas, etc., já não chega para cobrir os pagamentos efectuados anualmente aos aviões, helicópteros, buldozer’s, ordenados de Sapadores Florestais, etc., e que mais tarde ou mais cedo se irá ressentir na economia, tendo todos nós que pagar a factura.
Como devem calcular, eu estou (e qualquer caçador que o seja verdadeiramente, deve estar) muito triste, desmotivado e revoltado, com o que tem estado a acontecer em todo o País, desde há uma década para cá. As Zonas de Caça, que por vezes esperam anos esplêndidos, após muito trabalho, dedicação e empenho, ardem em 100%, após fogos
iniciados em sítios estratégicos.
Eu já vi, lebres em verdadeira agonia, correrem em chamas pelos caminhos até virarem cadáveres carbonizados, perdizes cercadas por várias frentes a suicidarem-se nas chamas, javalis em fuga a arderem e a atearem mais fogo por onde passam, etc., etc.
Quem poderá ter a coragem de sentir-se feliz por provocar situações destas, e inclusive, sentir-se homem?
ASSASSINOS, são como terão de sentir-se.

As Entidades Gestoras, após a catástrofe de um fogo, têm de arranjar coragem para começar de novo. Toda a sinalização que ardeu tem obrigatoriamente de ser reposta, pois a legislação impõe que a Zona de Caça esteja devidamente sinalizada até ao princípio da época venatória. Além disso, é importantíssimo fornecer imediatamente alimentação por toda a área ardida (mesmo no centro das cinzas), para que os animais que conseguiram sobreviver e se encontrem em agonia, possam arranjar facilmente alimento, “no meio do inferno”. Pois quem assim não proceder, e ficar á espera que sejam as “Associações Ambientais” a efectuar esse trabalho, vai ficar concerteza com “calos no rabo”, porque terá que esperar até nascerem “cornos” aos coelhos
!

Manuel António

terça-feira, 1 de julho de 2008

"CARPE DIEN"






Por se ver mortal, o homem sempre buscou a panaceia, a vida eterna, o elixir da juventude, a explicação da vida para além da morte. Somos todos assim, temos essa sede de viver. No entanto, mesmo sabendo que isso não é verdade, vivemos como se fossemos cá ficar eternamente.
Realmente existem diversas formas de podermos ficar imortalizados: bater um recorde e entrar no “guiness book”, descobrir um novo planeta, ou até mesmo congelar o corpo e colocar uma placa do género “volto mais tarde”, são apenas algumas das maneiras possíveis de eternizar o nosso nome.
“Carpe Dien” (vive a vida), resume toda uma filosofia de vida que aplico e tento passar a quem me rodeia. Mais importante do que sermos imortais é vivermos cada dia como se fosse o último da nossa vida …até porque, pode mesmo sê-lo.
Mas, confesso que já foi mais fácil! Pois, o que assisto da minha posição de espectador atento e “figurante” de um “filme” que se apresenta saturado de actores, que deixaram de assumir o “guião” que lhes foi distribuído pelos princípios básicos do respeito, dá-me a perspectiva de que infelizmente, hoje, convivemos com um novo tipo de mentalidades que se transformaram dentro de alguns “humanos” (que disso só têm o aspecto), e que por isso, me conturba e me impede de ignorar o sentimento de injustiça e me tolhe um pouco a atitude. São “Seres” desprovidos de sentimentos, amizade verdadeira, respeito e educação. Rotulam-se de “pessoas” inteligentes pelo facto de terem formação “académica” de “técnicas de logro”. Têm a capacidade de tornar fácil, o que para os outros é difícil, conseguindo com a sua “esperteza” fazerem uma vida mais desafogada, não olhando a meios para atingirem os fins. São na sociedade de hoje até bastante considerados pelo seu “Chico-espertismo rafeiro”.
Quantos de nós queríamos a TV cabo na nossa casa, e não podemos suportar mais essa mensalidade? No entanto, quase todos conhecemos quem a tem com todos os canais “em aberto”, sem pagarem um cêntimo, por terem a “inteligência?” e “coragem” de possuírem uma “caixinha preta” como lhe chamam, mas que é um descodificador pirata, adquirido por meios ilícitos. Quantos de nós gostaríamos de possuir a internet? E não podemos suportar a sua mensalidade? Porém, conhecemos pessoas, que sabendo que o vizinho do lado a tem, equipada com “ruter”, adquirem imediatamente um “wireless” para captar o sinal da internet do mesmo, “fraudando-o” na sua factura mensal. Quantos de nós, exaustos de tanto trabalho, contamos os dias que faltam para as férias, para podermos descansar um pouco? Mas, todos conhecemos pessoas que por tudo e por nada (menos por doença), compram um atestado médico (que o Dr. lhes vende, como se fosse um bilhete para o cinema) para se furtarem ao trabalho. Quantos de nós já deram o seu lugar no autocarro, a uma grávida ou a um idoso? Mas também todos, já vimos pessoas que estando sentadas, fingem dormir para não lhes ceder o lugar. Sim! Esses, são os mesmos que “aparcam” o automóvel nos estacionamentos azuis, com um logótipo pintado de “estacionamento para deficientes”, logo ali, mesmo á entrada das grandes superfícies comerciais.
São eles! Aqueles que dia após dias vão fazendo “dribles” ao bom senso e aos bons costumes, rindo dos que vão deixando “pendurados”.
Eses exemplos aqui enunciados, são somente algumas cenas dos episódios que diariamente assistimos, em qualquer lado! Contudo, existem outros, que efectuados pelos mesmos “actores” pertencem já a patamares com um maior índice de incúria, e que por isso, não os irei aqui referir.
Tudo isto, serve para dizer que quando me refiro ao “Carpe Diem”, não pretendo instigar á irresponsabilidade, ao vale tudo. Quero sim realçar a preciosidade da vida, dentro dos factores cívicos da educação, para não desperdiçarmos os momentos verdadeiramente importantes.
Para aqueles que, como eu, necessitam curar as “mazelas” que resultam da minha visão de “figurante” deste “filme” em que não pedi para participar, sair da cidade, é o remédio.
Dizem “alguns” cientistas que 80% da população de uma cidade “civilizada”, sofre de stress, provocado por vários factores da vida moderna, dos quais, os que também já referi, sendo exclusivos das “Florestas de Betão”. Estes factores, tanto ou mais do que o ar contaminado que respiramos carregado de anidrido carbono e outros gases tóxicos, são motivos mais que suficientes para ganharmos práticas de “evasão”, e aprender a seguir o sentido do vento ou o perfume das flores e perante elas, encher os pulmões de um ar diferente, ouvir sons diferentes, ver paisagens diferentes e mais do que isso, podermos sentir-nos diferentes!
Para aqueles que se quiserem iniciar, eu proponho, tentarem encontrar-me! Estarei além, logo a seguir ao horizonte!!
Manuel António

domingo, 22 de junho de 2008

QUESTÕES, OPINIÕES E REALIDADES


















Escrevi no preâmbulo deste “Blog” que o objectivo de o fazer “nascer”, passaria por impor a mim próprio, restrições e condições fundamentais á prestação de um “serviço” de informação, que embora muito pessoal e muito limitada, não pretende ser mais do que dar a minha opinião sobre determinados assuntos que penso, serem minimamente dignos de serem expostos à opinião daqueles que queiram fazer o esforço de abrir o “Lufada de ar puro” e sintam um pouco a “curiosidade” de saber o que vai na cabeça deste simples mortal. Essas condições, digo eu, são as de não deixar que o “Blog” caia num “marasmo” estático, e possa transmitir uma imagem de que o seu “criador” sofre de inércia, o que seria normal dentro do panorama de uma “Portugalidade autóctone” de que o país se ressente e que começa a ser um empecilho às nossas possibilidades de desenvolvimento como Nação, que se preze.
Mas não é nada disso! Por mais que me tenha custado “não dar sinal de vida”, não tive qualquer possibilidade, pelo fluxo acumulado de obrigações que me invadiram todos os “timing’s” da agenda e me retiraram qualquer tentativa de dizer “olá” neste espaço que considero meu. Excluindo as horas diurnas semanais, aonde tenho a obrigação de justificar a “ajudinha financeira” (fiz um esforço para não dizer esmola), que me é atribuída por tabela, imposta por quem nos obriga a fazer magia para conseguir que ela se torne elástica, e que chegue no mínimo para cobrir as nossas “modernidades” (telemóvel, tv cabo, net, etc), tive também as noites superlotadas com os “afazeres” dos Resultados de Exploração Cinegética e Resultados Financeiros, que tinham obrigatoriamente de ser entregues até 15 de Junho, além da realização dos Planos Anuais de Exploração para o próximo ano venatório.
É um trabalho rigoroso que tem de se efectuar e que exige atenção e concentração de quem o realiza, para que não haja revezes, e para que não tenha de ser efectuado novamente. Não contabilizo os fins-de-semana e feriados que são “sagrados” para prepararmos as jornadas cinegéticas nas nossas Zonas de Caça. Este trabalho não pode ser “descuidado”, correndo-se o risco dos animais não “querenciarem”, pois o alimento é fundamentalíssimo para que estes tenham boas condições de reprodução, e não tenham que “emigrar” para fora do nosso raio de acção.
A partir de agora, tudo farei para abdicar de algumas noites em qualquer esplanada, a saborear umas “loirinhas” para poder dar animação a este “espaço” na Internet.
No entanto, gostaria de ver comentados alguns artigos ou fotos (agradecendo desde já, aos poucos “corajosos” que já comentaram), não para que possa ganhar incentivo e estímulo, que também necessito como qualquer ser humano, mas para poder aferir se “estou a escrever para o boneco” (como se costuma dizer), se há visitantes neste local, ou se estou somente a escrever um diário, aonde só eu entro. Até porque não existe ninguém que leia alguma coisa e não pense algo acerca disso. No mínimo, se está ou não de acordo. Então porque não colocar um comentário? Porquê deixar que eu pense que estou certo, se por acaso houver quem pense o contrário?
Eu sei que nós Portugueses, temos o hábito de falar quando não está o protagonista da nossa conversa, por um lado, e por outro gostamos de fazer heróis antes de se ganharem as guerras, e se as ganharem, temos a tendência de vulgarizar esses mesmos heróis.
Posso referir como exemplo a nossa Selecção, que partiu de Portugal já com o Campeonato da Europa ganho, e até mais que ganho! A única dúvida, consistia no adversário da final. Cada português, com a ajuda da comunicação social, criou e alimentou expectativas que excederam todos os parâmetros do bom senso da realidade e até do respeito para com eles próprios e com os próprios atletas. Porquê?
Porque essa “onda”, gerou um clima de vaidade e arrogância nos 23 elementos que teriam de ter a humildade e modéstia de não aceitarem essa euforia, e perceberem que no campo de “batalha” é que tinham de mostrar os actos heróicos. Mas não! Eles assumiram-se como heróis, e depois aconteceu o que toda a gente sabe!
Quem parece terem ficado bastante preocupados, foram os nossos governantes, principalmente um deles, que não tem conseguido sair á rua (com os seus infinitos guarda-costas), sem ser apupado, vaiado e assobiado. Até agora, enquanto as bandeiras desfraldadas ao vento “baloiçavam” nas janelas e se gritava “Viva Portugal” o Povo estava ocupado, distraído e “feliz”. O problema é que agora com o “desastear” delas voltou a lembrança de que o combustível tem vindo a aumentar quase diariamente e que o único culpado é o Governo, por manter os impostos do mesmo elevadíssimos e ter “liberalizado” sem restrições, deixando que os “lobbies” do sector, do nosso País (que todos sabemos quem são), tomassem de assalto as nossas carteiras, para poderem alimentar meia-dúzia de “magnatas” que estão na sua gestão e que tiveram como estágio o próprio Governo, aplicando agora os vícios aprendidos em todo o seu esplendor, fazendo eles os seus próprios ordenados (multi-milionários) e escolhendo as suas mordomias sem qualquer tipo de ressentimentos.
…. Mas o que eu estou a fazer? Estou a desviar-me do objecto proposto para este “blog”? Descuidei-me um pouco, e peço desculpa! Pois só as Actividades e Eventos realizados em sintonia com a natureza, merecem referência e a minha atenção, sejam eles na forma escrita ou visual (fotografia). Então deixem-me dizer-vos que ontem de manhã antes de entrar no meu local de trabalho, passei por um quiosque (como faço muitas vezes), para ler os títulos dos jornais. Só mesmo os títulos, porque o meu trabalho não permite que eu leia o seu conteúdo (pelo menos a mim), por isso não os compro, como outros nem precisam de comprá-los para os lerem no mesmo local, mas como se compreende estamos em Portugal e o estatuto de cada funcionário é atribuído conforme conveniência, pelas “competentes” chefias. Mas pronto! Li na primeira página de um jornal local que os grifos e abutres no parque Natural do Tejo estão a atacar os rebanhos. O quê? Pensei com todo o direito que me assiste! A atacar os rebanhos??? Meu Deus; Este mundo está voltado do avesso?
Já não bastam os galos deixarem de cantar só ao nascer do sol e passarem a cantar a qualquer hora do dia, as aves migratórias que há milhões de anos faziam as suas rotas em busca do alimento “sazonal” ou para nidificarem com condições de temperatura e humidade, deixarem de fazer essas migrações ou desviarem-se dessas rotas milenares, para agora, também as aves necrófagas atacarem animais vivos??? O que se passa? Eu pensava que a “mãe natureza” tinha adaptado “morfologicamente” cada animal ao seu tipo de alimentação, habitat, etc., mas afinal parece que não é assim! Como pode uma ave dotada de um bico para puxar as entranhas em putrefacção dos animais, conseguir imitar uma águia, que a natureza lhe quis proporcionar um bico “mortífero” em forma de “adaga”, garras fortes e afiadas como punhais, além da coragem para investir sobre animais de grande porte?
Pois é! Se pensarmos um pouco, reparamos que além disto, os animais também estão munidos de um instinto de sobrevivência, e esse, não permite que em caso de fome extrema, simplesmente, fiquem no seu canto para desfalecer e morrer. Pelo contrário! Diz-lhes que tudo devem fazer e dá-lhes uma coragem e força suplementar, para arranjarem o alimento para se manterem vivos. Agora eu pergunto? Como apareceram ali os grifos e abutres? Concerteza não vieram directamente do Egipto! Claro que não!! Estas aves foram introduzidas na zona, com pompa e circunstância, protagonismo desmedido e incoerência saloia das nossas forças de Protecção Ambiental, que disso só têm o nome, com o apoio e subsídios Governamentais, que povoaram a Zona do Tejo internacional e outras zonas do País. Mas basta introduzir? Basta povoar? E o alimento? Quem o fornece?
Por várias vezes já ouvi e vi estas “forças” Ambientais a contestarem, a reclamarem, a exigirem e a acusarem os caçadores de tudo e por tudo, mas jamais os vi colocarem alimento quer para os animais que são comprados com o nosso dinheiro (abandonados no campo por eles), quer para os animais silvestres que após um fogo “deambulam” em agonia pelo monte. Este trabalho tem sido realizado por aqueles que eles acusam.
São as Associações de Caçadores os verdadeiros amigos dos animais, com algumas excepções, como se entende, mas que de uma maneira mais ou menos generalizada, após o Ordenamento do Território, que deitam a semente á terra para sustentar esses animais e assim possam sobreviver e reproduzir-se.
A mim dá-me imenso prazer, produzir alimento para os animais e sinto-me recompensado pelas sensações e imagens únicas que tenho o privilégio de sentir, causadas pela “cumplicidade” que se gere entre os animais e quem trabalha para eles. Sentir que necessitamos deles como eles necessitam de nós e poder conviver com eles hoje e com os filhos, amanhã, são sentimentos que infelizmente nem todos podem usufruir, e muitos há que podem mas não têm vocação.
Eu quero que o Portugal real de hoje, seja somente uma caricatura do Portugal de amanhã, mas para isso, temos todos que fazer um esforço para conseguirmos pensar num colectivo, como se esse colectivo fosse cada um de nós!
Até já!

NOTA: As fotos apresentadas neste artigo, referem-se a trabalhos de alimentação e criação de condições alimentares, realizados por mim e pessoas que pensam como eu. As fotos dos animais e aves que “ladeiam” e “enfeitam” este “blog”, são a minha recompensa!
Manuel António

quinta-feira, 15 de maio de 2008

PEREGRINAÇÃO A FÁTIMA 2008







Já passaram 4 anos, desde o momento que decidi organizar a 1ª. Peregrinação ao Santuário de Nª. Srª. de Fátima, depois de ouvir várias histórias sobre a forma "indigna" com que algumas organizações tratavam os pereginos que nelas confiavam.
Fome, sede, falta de condições mínimas de conforto e higiene no local para pernoitar, além do preço elevado que essas organizações pediam (e continuam a pedir), foram as razões que me levaram a tomar a decisão de tentar fazer algo diferente.
Na nossa organização, não conta o objectivo lucrativo e o peregrino pode usufruir de todas as condições que o seu dinheiro pode proporcionar, além de outras contrapartidas que conseguimos através de Entidades que nos apoiam e através do esforço dos voluntários que aceitam a tarefa com enorme nobreza, abdicando de afazeres pessoais e férias para assumirem uma missão colectiva de não deixar que os peregrinos que confiaram em nós, sofram.
Foi com este objectivo no pensamento, que o nosso grupo partiu no dia 9 de Maio de Castelo Branco.
Penso que conseguimos prestar (mais uma vez) um serviço digno aos peregrinos que connosco quiseram durante 4 dias e 3 noites conviver, e, assim, cumprirem a sua promessa perante Nª. Srª. de Fátima, e ao mesmo tempo, provámos a nós próprios que temos capacidade de organização.
Durante esse tempo, organizadores e peregrinos, formaram um grupo coeso, de entreajuda e respeito, esquecendo-se um pouco do resto do mundo, entregando-se totalmente ao bem-estar e união do mesmo e à consumação dos objectivos delineados.

O trajecto é efectuado sob grandes emoções, causadas pelo sofrimento e esforço que alguns sentem durante o percurso, conseguindo ter a capacidade de ignorar tudo, superando-se com o firme pensamento de sentirem a alegria da chegada. Essa é a personalidade do peregrino, força de vontade, persistência, arrojo, espírito de sacrifício e muita humildade. Quem os acompanha, apercebe-se de coisas que não imaginava, e depara-se com uma realidade diferente daquilo que poderia imaginar. O facto de vermos pessoas com os pés numa lástima, aguentando dezenas de "borregas" que rapidamente se transformam em feridas e, logicamente em muitas dores e sofrimento, os músculos totalmente "petrificados", e terem ainda coragem de continuar no dia seguinte, é no mínimo constrangedor.
É claro que alguns irão pensar (os anti-tudo) que é um sofrimento causado, e que só lá estão e sofrem porque querem. Mas tem de se compreender, que a promessa dos peregrinos é mesmo essa, sofrer. Sofrer, para se sentirem bem com elas e com Deus, para se sentirem melhor com a sua consciência e para se sentirem servidores e submissos da fé que possuem. Ninguém pode ir contra isso.
Em todas as Religiões existe o sacrifício, como purificação. Existe a crucificação na Religião Católica (Filipinas), os esquartejamentos de adaga e sabre na Religião Muçulmana (Chiitas), as cabeçadas no muro das lamentações (Muçulmanos Islamitas), etc. São fenómenos religiosos que todos têm obrigação de respeitar, tal como os que têm alguma fé, devem respeitar os "Ateus", que são aqueles que pensam que estão neste mundo porque os pais deles quiseram (brincar), e que não devem nada a ninguém, rindo-se às gargalhadas com estes fenómenos. Mas Deus também lhes irá perdoar, o vizinho do lado (O Demo da Barca), é que talvez não.
Mas realmente o que importa, é falarmos da nossa viagem até ao Santuário de Nª. Srª. de Fátima e dos apoios que obtivemos durante o percurso.
Foram 41 peregrinos e 10 elementos na organização que constituíram o evento, havendo somente uma desistência (na 2ª. etapa) de um peregrino.
Contámos com o apoio da Câmara Municipal de Proença-a-Nova que
nos facultou os bangalows do complexo turístico de Aldeia Ruivas, da Câmara Municipal de Sertã, que nos disponibilizou as instalações do Polidesportivo de Cernache, da Associação Recreativa e Cultural Sandoeirense através da pessoa do seu "simpatiquíssimo" Presidente (Pedro) e do Chefe dos Escuteiros de Sertã que igualmente nos disponibilizou a sua Sede. Estiveram também connosco, a Associação do Bairro da Carapalha, Centro de Cultura do Centro Regional de Segurança Social de C. Branco e a ACAPO, que nos disponibilizaram viaturas de apoio, e lógicamente ao Centro de Cultura e Desporto da Câmara Municipal de Castelo Branco, que assumiu o transporte de regresso aos peregrinos através do aluguer de um autocarro. A todas estas entidades, os nossos sinceros agradecimentos. Agradecemos ainda à Sub-Região de Saúde de C. Branco a disponibilidade de algum material médico de apoio e aos elementos da Cruz vermelha de Castelo Branco.
Como já disse, penso termos cumprido com mérito o compromisso que assumimos, no entanto, manter-me-ei atento ás opiniões dos participantes, de modo a fazer uma análise e decidirmos se vale a pena continuarmos.
Espero que sim!
Manuel António

quarta-feira, 7 de maio de 2008

A MINHA MISSÃO DE FÉ







O que disse no artigo anterior sobre o percurso pedestre, enquadra-se perfeitamente neste presente artigo e no assunto que seguidamente me irei referir.
Nada melhor para nos evadirmos espiritualmente, do que… efectuarmos uma peregrinação. É isso!
Espiritual; fé; peregrinação! É simples? Não, não é! As coisas parecem simples mas não são tanto assim, pois as pessoas para participarem numa “aventura” destas têm de se preparar psicologicamente e fisicamente.
Falo de um percurso de 180 Km (para o nosso caso), que é percorrido em 4 dias, quer faça chuva ou sol.
Muitos perguntarão o que levará estas pessoas a efectuar tal sacrifício, que para mim é totalmente compreendido, e por isso me disponibilizei (como em anos anteriores) a arranjar um grupo de voluntários, que mais uma vez, abdicarão de uns dias das suas férias, para tentar atenuar o sofrimento de 46 pessoas que connosco irão conviver durante 4 dias e 3 noites, para poderem chegar ao Santuário de Nª. Srª. de Fátima no dia 12 de Maio.
São dias de tensão e atenção, quer dos organizadores quer dos peregrinos, que são compensados no final com a alegria da chegada. Durante estes dias, cria-se uma “cumplicidade” entre todos os participantes e estes com os organizadores, pelo facto de dependerem uns dos outros e todos serem um só, ou seja, uma equipa que durante aquele tempo se alheia de tudo para se concentrar no objectivo comum, que é o de chegar ao recinto de Nº. Srª. de Fátima, com menos “mazelas” possíveis. Mas não é fácil, pois durante os quatro dias é necessário efectuar uma média de 40 a 45 Km diários e ter que prosseguir no dia seguinte independentemente dos sintomas de cansaço, psicológicos ou das condições em que a base dos seus corpos (os pés) se encontre.
São dias de muitos “ais e uis”, mas também de muita animação e alegria que vai despontando “aqui e ali” no meio de um grupo cansado e “queimado”pelo sol, com a finalidade de restituir a força aonde já não a há e fazer esquecer as dores daqueles que com alguma penosidade se vão “arrastando”.
Pela nossa parte, a preocupação centra-se nas possíveis desidratações, por falta de líquidos, no fornecimento de alimentos capazes de repor as substâncias perdidas provocadas pelo desgaste físico, no respectivo tratamento de possíveis feridas e no importantíssimo repouso entre etapas.
Quem acompanha um grupo de Peregrinos, apercebe-se de muitas coisas que não imaginaria, se não estivesse ali. Apercebe-se da força que a fé dá às pessoas, fazendo-as caminhar quando os pés já não cabem nos sapatos e os tingem de sangue, apercebe-se de que há pessoas que se aproveitam dos Peregrinos (abandonando-os à sua sorte, depois de lhes cobrarem para os apoiarem), e apercebe-se das diferentes personalidades do Ser Humano. Naquelas condições, sobressai a verdadeira personalidade de cada um, e por vezes aquele que parece ser o mais humilde, salienta-se pela enorme nobreza interior.
Pessoalmente, o que mais me marcou num destes anos anteriores (e que pelo facto não consegui conter uma lágrima “furtiva” que se desprendeu de mim), foi quando avistei uma Senhora (de outro grupo) que apoiada em braços por dois rapazes mais jovens e parei uns metros à frente para tentar dar o apoio possível, ficando à espera que chegassem até mim, mas, a Senhora em grande agonia (e pensando que não teria de lhe prestar ajuda, por não ser do nosso grupo), gritou-me do local aonde se encontrava, implorando em choro para lhe dar água “por Amor de Deus”. Aonde estavam os responsáveis pelo apoio àqueles Peregrinos?
Talvez seja pelo facto de ainda sermos novos nestas andanças, e por isso, talvez, ainda não termos vícios e só nos importar a comodidade das pessoas, e termos a capacidade de sentir e usufruir de um imenso prazer, que é o de chegarmos ao fim e constatarmos que o nosso trabalho contribuiu para que os nossos “protegidos”, tenham atingido o seu objectivo com facilidade. Para isso contamos também com a colaboração de alguns apoios que de uma maneira ou de outra, contribuem para que o nosso trabalho seja facilitado, disponibilizando infra-estruturas com condições para proporcionarmos tranquilidade e repouso aos participantes.
São instituições como a Câmara Municipal de Proença-a-Nova e da Sertã, a Associação Recreativa Sandoeirense, a Associação do Bº. da Carapalha e a ACAPO (Associação de Cegos e Ambíopes de Portugal) de Castelo Branco, que tornam o nosso trabalho de voluntariados, bastante facilitado. Uns pela cedência de instalações de repouso e outros pelo empréstimo das viaturas de apoio.
A eles o nosso obrigado!

É por este motivo que durante cinco dias estarei ausente em missão nesta “cruzada” que me “impôs” concretizar, por motivos de consciência e não religiosos.
Cá ficará o “Manel” para tratar dos comedouros das rolas e perdizes. Para a semana já estarei ao serviço, e contar-lhes-ei como correu esta “Aventura”, além das respectivas fotos.
Até para a semana!


Manuel António

quarta-feira, 30 de abril de 2008

PASSEIO PEDESTRE


A evasão espiritual impõe-se nos dias de hoje.
Encontrar os “atalhos” no meio do marasmo, para fugir à rotina quotidiana e esquecer a restritiva comunicabilidade das pessoas é altamente necessário. O “cinzentismo” e a indeferença das grandes sombras da “selva de betão”é uma doença que ataca as pessoas, podendo até ser fatal. O doente contaminado com esta enfermidade, mostra sintomas de arrogância, egoísmo, falta de educação e incompreensão. O stress acumulado pela frequente competitividade laboral e social pode até provocar ataques de agressividade momentânea, impulsionados por motivos tão simples como, “estar parado 1 segundo mais no sinal vermelho, porque o carro da frente não arrancou imediatamente logo que abriu o verde”.
A terapia para esta doença, pode passar por uma aproximação ao nosso espaço natural e tentar encontrar-nos a nós próprios, em reflexão, num ambiente mais propício à reconciliação com a própria alma.
No fundo, reina a necessidade de preencher os sentidos com algo de inesperado que surpreenda o lógico.
Foi nesta perspectiva que se realizou o passeio pedestre “Rota do Caçador” o qual, penso ter ajudado à “descompressão nervosa” que cada participante, sem o saber transporta, além da radioactividade estática, causada pela proximidade constante aos aparelhos electricos, como o computador.
Deixemo-nos de ”palha seca”!
Foi um bom passeio e ponto.

Foram 55 “pedestrianistas” que coloriram o recinto de Nª. Srª de Mércoles ás 8,30h do dia 27 de Maio, que durante algumas horas se “fundiram” com a paisagem ribeirinha do rio Ponsul. O Sol também quis participar neste passeio, tendo-se até entusiasmado um pouquinho, mas o múltiplo colorido “das vestes” da natureza, “doparam” com a força e vitalidade necessária (quase) todos os participantes, para completarem os 20 Km que os separava da civilização (?) (9 Km a descer e 11 Km a subir).
O Monte do Pombal, serviu de cenário natural a este passeio, encantando os participantes com a sua beleza e posição geográfica. Neste Monte puderam “deixar de ver” os postes e fios telefónicos e os postes de alta tensão, e puderam apreciar além da tranquilidade natural e do “folclore” de cores, alguns animais nunca antes vistos (por alguns). Foi ali servido o almoço, confeccionado por amigos que têm a virtude de compreender o quão necessário e importante é a sua colaboração, para que possam haver actividades e eventos com este carisma. A eles, muito obrigado. Aos participantes, agradeço igualmente por terem tido a coragem de aceitar o meu desafio, mesmo tendo alguns (que não vou referenciar o nome), demonstrado que afinal o sexo forte, pode não ser assim tão forte, quando por perto está uma viatura que os pode transportar. Mas, talvez tenha sido porque sentiam o estômago cheio demais (?).
Até ao próximo passeio.

Manuel António

terça-feira, 29 de abril de 2008

SEMEAR PARA COLHER



A preparação das jornadas de caça, não podem ser de maneira alguma lembradas somente na véspera, como se dos preparativos normais se tratassem, como sendo a compra dos cartuchos, a confecção do “farnel” ou a limpeza da arma para que ela não “enguice” na hora de apertar o gatilho. Não faz sentido, fazerem-se estes preparativos se outros não estiverem já efectuados, que são como todos sabem, mas poucos se importam (com isso), a parte mais “dolorosa” mas muito mais “compensadora”, na vertente afectiva e sentimental, pela interacção que somente alguns “privilegiados” conseguem usufruir, por manterem uma proximidade constante com os animais e os mesmos elementos naturais que lhes servem de tecto e abrigo, em busca constante de lhes poder proporcionar melhores condições de alimentação, refúgio e tranquilidade.
Outrora, o homem sem quase se aperceber, efectuava esse trabalho “involuntário”, de alimentar as espécies cinegéticas (principalmente as de caça menor), pela sua intensa actividade agrícola, que lhe garantia a sua subsistência e da sua família. Enquanto se manteve predominante o sector primário em Portugal, assim foi, mas com o avanço das tecnologias e o abandono dos campos cerealíferos, para os tornar produtores de “pasta de papel”, e a “fuga” dos “rendeiros” para as cidades, (além do aparecimento da mixomatose), motivaram (talvez) a 1ª. alteração (negativa) reduzindo de uma maneira drástica todo o capital cinegético até então considerado abundante e aumentando razoavelmente o capital cinegético considerado escasso ou raro, como são as espécies de caça maior.
A 2ª. alteração (positiva), penso que está a aparecer agora com o ordenamento de todo o Território Nacional, e a modificação das mentalidades no sentido de recuperar as espécies que quase chegaram a desaparecer em muitos locais do nosso mapa venatório. Mas não pensem que esta alteração de pensamentos, tem algo a ver com incentivos ou estímulos que os nossos governantes (contrariamente aos governantes dos outros Países) possam dar-nos, porque esses, só “nos comem”.
Acabo com aquela famosa frase (de um deles) “deixem-nos trabalhar”.
Manuel António

quarta-feira, 23 de abril de 2008

ADIAMENTO DO PASSEIO PEDESTRE




“Não há fome que dê em fartura”! Assim dizia o Povo para se “auto-incentivar” e fazer acender a “luz da esperança”, quando tinham escassez de “quase tudo”, excepto de boa disposição, algo que nem o sofrimento conseguir apagar. No entanto, por vezes estes “ditos” conseguem encaixar no tempo. É claro que só se repara e dá alguma importância quando “servem como uma luva” e ignoram-se completamente quando não coincidem nem encaixam com nada.
Mas desta vez, sim! Por isso me lembrei agora disso. Refiro-me à chuva que não tem dado tréguas há mais de duas semanas. Se a seca era algo preocupante, agora os terrenos alagados continuam a ser rotulados com o mesmo adjectivo (pelo menos por mim, por motivo das lavouras que tenho que efectuar).
Em relação ao passeio pedestre que estava marcado para o dia 20 de Abril, estou bastante contente por ter decidido adiá-lo para o dia 27 deste mês (depois de ter consultado todos os participantes), pois se assim não fosse, presumivelmente apareceriam pouquíssimas pessoas, porque ao levantarem-se da cama, deparar-se-iam com um dia feio de chuva intensa, que os desencorajaria de abandonar o calor dos lençóis.
O passeio pedestre embora se chame “Rota do Caçador” e pretenda mostrar terrenos cinegéticos, fazer os mesmos quilómetros que um caçador efectua atrás das “vermelhudas” e almoçar no campo, como ele faz, pretende também ser um passeio agradável, onde as pessoas não tenham que andar enterradas na lama “até ao pescoço”, ou de guarda-chuva na mão, mas sim de máquina fotográfica para tirarem fotos das lindas paisagens vestidas a rigor para esta estação. Foi nesse sentido que o referido passeio foi adiado para o próximo domingo.
Neste momento estão inscritas 55 “pedestrianistas”, que penso, não se irão arrepender.
Depois desse dia, cá estará o relato do percurso e algumas fotos.
Até lá!
Manuel António

terça-feira, 8 de abril de 2008

PARAR É MORRER


PARAR É MORRER
Sinceramente, não costumo acreditar muito! Mas desta vez, talvez seguindo a “vontade” em voltar a ver chuva, pelo facto dos terrenos estarem secos, consultei a previsão meteorológica e “quis acreditar” naquilo que vi. A necessidade era muita, por isso, acreditei que iria realmente chover durante toda esta semana. Assim sendo, cancelei imediatamente os trabalhos de preparação das terras com o tractor (agendadas para o fim de semana anterior), para o cultivo do milho, sorgo e feijão, para que este pudesse fazer um trabalho “muito mais “benéfico” quando a terra estiver no ponto “óptimo” de humidade, para assim se fazerem as respectivas culturas para a preparação das caçadas.
No entanto, não foi por isso que se deixou de fazer outras coisas igualmente importantes. Além do abastecimento de trigo e milho nos comedouros dos javalis e das perdizes, continuaram-se os trabalhos de podas das figueiras, que fornecem um óptimo alimento a todos os animais.
No próximo fim-de-semana, se a terra permitir a “lavra”, então proceder-se-á ao início das sementeiras de Inverno. Em simultâneo, far-se-ão outros trabalhos igualmente importantes.
Como dizia o meu avô, o avô do meu avô e o avô do avô do meu avô: “PARAR É MORRER”!!
Manuel António

sábado, 29 de março de 2008

NATUREZA...humana



Quando criei este “blog” apontei os objectivos do mesmo, os quais, estão dirigidos para as actividades realizadas em sintonia com a natureza. O presente artigo, poderá suscitar alguma estranheza em relação ao seu conteúdo, por este não estar directamente relacionado com um evento ou uma actividade. Mas se repararmos melhor, pretendo falar da natureza humana, e neste caso concreto, a maneira como (pessoalmente) analiso o modo de vida actual da nossa sociedade, não querendo, obviamente, generalizar todos os portugueses e todos os habitantes do planeta, mas somente transmitir a minha opinião em relação ao modo como eu sinto essa natureza.

Não é novidade para ninguém que este novo modelo de vida a que todos nos adaptámos “pacificamente”, nada tem a ver com o do tempo que há trinta anos imperava.
Não há dúvida que estas três décadas, formam o número mais restrito de anos que mais modificaram e alteraram o mundo durante os largos milhares de milhões de primaveras e épocas glaciares que este jovem planeta já gozou.
Lembro-me ainda perfeitamente, das estações do ano que integravam o programa escolar da minha infância, as quais: Primavera, Verão, Outono e inverno estavam perfeitamente definidas, cumprindo cada uma delas, os “timings” seculares estipulados para a sua longevidade. Recordo-me que nesse tempo além das inevitáveis redacções sobre o tema, onde era sempre a Primavera a estação mais bonita, havia em cada aldeia uma escola, e em cada escola o número suficiente de alunos para a encher.
Posso ainda ouvir os galos ao romper da madrugada (nesse tempo, só cantavam ao nascer do dia), enquanto lavava os “olhitos” com água aquecida numa panela de ferro que a minha mãe ponha ao lume, antes de me acordar para ir para a escola.
Consigo ainda sentir nas minhas papilas gustativas, o sabor daquele leite (ordenhado no dia anterior), acabado de ferver, que depois de bebido me desenhava um bigode de nata espessa, que “lambia” num ápice.
Recordo-me de tanta, tanta coisa, que hoje não são mais do que isso; Recordações!
Meu Deus! Como o mundo mudou, como mudaram as mentalidades, como tudo é tão diferente.
Ainda trago nos ouvidos a doce melodia do “bom dia” que ía saindo de todas as bocas que eu ía encontrando enquanto me deslocava livremente para todo o lado, e ver as portas abertas das casas, que recebiam com alegria qualquer “transeunte” que nelas quisesse fazer uma pausa para conversar e saciar a sede.
Nunca consegui compreender muito bem, como o mundo sofreu tão forte “mutação” em tão pouco tempo. Como os filhos daqueles pais, que eu ainda conheci adquiriram uma personalidade e pensamento, que em nada se coaduna com a formação “primária” que lhes foi transmitida pelos seus progenitores e aperfeiçoada pelos seus professores.
No tempo dos meus avós, filho de sapateiro, era sapateiro, de carpinteiro era carpinteiro e todos sentiam orgulho em continuar a profissão da família. A honra, era a mais nobre das acções, e a palavra, a senha que abria todas as portas.
Honra e respeito, são agora palavras “nostálgicas” para quem ainda conheceu a essência do seu poder.
Por vezes, dou comigo a pensar que mudei de mundo sem ter mudado de lugar. Não consigo reconhecer actos que hoje são considerados legítimos, nem tão pouco compreender acções efectuadas tão “levianamente” e impossíveis de acontecerem há trinta anos, como a falta de respeito pelo semelhante, ou a mentira, usada nos dias de hoje como um “ás de trunfo” por muita gente para atingiram mais rapidamente os objectivos, e utilizada amiúde pelos Políticos e Governantes.
Os “valores fundamentais” extinguiram-se a partir do momento que as pessoas se cansaram de respeitar e serem respeitadas e de amar e serem amadas, para se entregarem a um modo de vida “plastificado”.
Há trinta anos não existia tanta tecnologia e as pessoas conseguiam viver e fazer as suas próprias descobertas (caseiras), e transmiti-la aos filhos que, se desenrascavam perfeitamente a fazer um bico mais forte ao pião, a fazer uma “forcalha” mais bonita para a “fisga”, a construir um carrinho de rolamentos com travões de solas de sapatos ou a construir um papagaio de papel com jornais, canas e trapos. A relação entre pessoas, era uma relação de entreajuda e respeito.
A partir de um determinado momento houve uma “revolução” tecnológica, que invadiu as “mentalidades” e tudo se alterou. De repente, quase sem ninguém se aperceber, as “playstations” e os computadores substituíram as brincadeiras de rua e aprisionaram os nossos filhos, condenando-os ao isolamento dos seus quartos, os telemóveis “roubaram” a magia da saudade, e “apagaram” a ansiedade, que nos causava aquele “aperto” carregado de carinho no coração, expondo os nossos actos a uma vulgaridade tal, que a maioria dos sentimentos simplesmente se perderam para sempre.
Assisti incrédulo (enquanto almoçava), há poucos dias, às imagens televisivas de uma aluna de 15 anos a agredir uma professora, pelo motivo de esta, lhe querer retirar o telemóvel que estava a perturbar a aula. Nesse momento, pensei serem irreais aquelas imagens da professora no meio de umas dezenas de “selvagens”, que tal qual, um grupo de “hienas” investia sobre uma vítima indefesa. Não vi só a aluna que agrediu e evitou a fuga da professora, reparei também na cumplicidade das outras personagens que não conseguiram ter capacidade de intervenção em defesa da razão, e que aproveitaram a situação para “curtirem”, regozijando-se com palavras “bárbaras”, repletas de sentimento ignóbil pela sociedade. Eu vi! Ninguém me disse. Eu vi igualmente alunos que mataram professores e colegas e se suicidaram em seguida, nos Estados Unidos. Vejo também, que os “valores fundamentais” são hoje, fósseis da “pequinês” humana que um dia deixou de ser humilde, e não se importou de os trocar por outros que as “modernices” lhes impuseram, para os quais, só os filhos estão adaptados.
Por outro lado, fico “pasmado” quando reparo que os professores mostraram uma força enorme para se manifestarem contra o “sistema de avaliação” dos mesmos, e nada fazerem para reivindicarem o seu estatuto de professores com autoridade na sala de aulas.
Pronto desculpem! Não vou dizer mais nada do muito que tinha para dizer. Mas é tão só a minha opinião. É claro que tenho direito á opinião, mas toda a gente tem o direito de não de estar de acordo com ela. Por isso, não vou dizer que estamos a entrar na “Era dos morcegos”. Daqueles que dormem de dia e andam de noite, sem serem padeiros, guardas-nocturnos e outras profissões (muito dignas) que dão “o pão-nosso de cada dia”.
Mas a minha dúvida subsiste!
De quem é a culpa?
É da tecnologia? É do Governo? É do Saddam Hussein?

Para finalizar, quero aqui fazer referência a algo que aprendi na escola (quando se dava atenção ao que o professor dizia, e era considerado imprescindível na nossa educação), e que era o facto de Portugal ser considerado um País pouco desenvolvido pelo motivo de ter na sua economia uma taxa elevada do Sector Primário (agricultura), e que os Países mais desenvolvidos tinham como taxa maioritária o Sector Terciário (Indústria). Agora que já passaram alguns anos, e reparo que a agricultura é rara neste País, tento reencontrar a confiança, a esperança, o amor e o respeito, mas em vez disso, encontro por todo o lado o ódio, a revolta, a indignação, a frustração, o egoísmo e a hipocrisia.
Será por isso que ainda hoje me refugio no Sector Primário?
Amanhã, um passarinho me responderá!


Manuel António